Esse projeto se trata da restauração e revitalização da Estação Ferroviária de Engenheiro Corrêa, patrimônio material de Ouro Preto.
Em 9 de fevereiro de 1855, o Governo Imperial firmou contrato com o engenheiro inglês Edward Price para a construção da primeira seção de uma estrada de ferro que visava promover a integração do território sudeste brasileiro sobre trilhos. Objetivava-se, sobretudo, interligar as então Províncias do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Minas Ferias. Para isto, organizou-se a Companhia de Estrada de Ferro D. Pedro II, sob a direção de Christiano Benedicto Ottoni. O projeto mestre tinha como objetivo a construção de uma espécie de “espinha dorsal” entre o Rio de Janeiro e Belém do Pará, que teria conexões com todas as regiões do Brasil através de ramais a serem construídos pela própria companhia, ou por meio de outras ferrovias.
As obras começaram em 11 de junho de 1855 e, em 29 de março de 1858, foi inaugurada a seção que ligava a Estação Aclamação (na cidade do Rio de Janeiro) à Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicu (atual Queimados), num total de 48,21 km. Nessa época, havia cinco estações:Campo (atual Central do Brasil), Engenho Novo, Cascadura (todas no Município da Corte), Maxambomba (atual Nova Iguaçu) e Queimados, na Província do Rio de Janeiro.
Em 8 de novembro do mesmo ano, a estrada de ferro se estendeu até Belém (atual Japeri), no sopé da Serra do Mar. Quando da Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, a Estrada de Ferro D. Pedro II teve seu nome alterado para Estrada de Ferro Central do Brasil (mudança oficializada a 22 de novembro desse ano). Ainda assim, os trabalhos de ampliação continuaram.
Em 1895, os trilhos que seguiam por Minas Gerais chegaram a General Carneiro e se bifurcaram em direção a Belo Horizonte e Sete Lagoas. No ano seguinte a estação de Engenheiro Corrêa foi inaugurada. A princípio fora chamada de Estação Sardinha pelo fato de o Ribeirão Sardinha banhar a região. Pouco tempo depois da inauguração o engenheiro Manoel Francisco Corrêa Júnior responsável pela ferrovia faleceu em um desastre próximo à estação, esta então foi renomeada em sua homenagem. Esta estação foi a única entre Miguel Burnier e Itabirito, na Linha do Centro e servia principalmente aos distritos próximos, de Amarante (atual Amarantina), Casa Branca (atual Glaura) e Bação (atual São Gonçalo do Bação).
A maioria dos trabalhadores da ferrovia era da região de Engenheiro Corrêa, mas havia outros de Itabirito, Lafaiete, Juiz de Fora e Barbacena. O trem fazia o itinerário de Engenheiro Corrêa para Itabirito e daí para Juiz de Fora e de Belo Horizonte para Ponte Nova. Neste último trajeto era feito transporte de passageiros, porém para Juiz de Fora era feito transporte de minério e outras cargas como, por exemplo, leite e queijos produzidos na região.
Havia ainda na estação um pequeno jardim, uma fonte e bancos que faziam com que esta fosse ponto de encontro de amigos e namorados. No decorrer do século XX, a Estrada de Ferro Central do Brasil continuou sendo ampliada, especialmente com a incorporação de ramais já existentes. Contudo, algumas das estradas de ferro encampadas eram deficitárias, prejudicando muitas vezes os lucros alcançados nas linhas principais. A Estação Ferroviária de Engenheiro Corrêa foi desativada em 1997. Atualmente encontra-se num estado lamentável de abandono e depredação.